Categoria: Artigos
Data: 26/09/2025
“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2.9).
A expressão “pelo que” aqui tem o sentido de consequência, resultado, recompensa. Paulo faz um relato sobre Jesus voltando a assumir o seu estado glorioso novamente. Sua exaltação acontece como resultado da intervenção de Deus Pai. Enquanto os versículos anteriores ressaltam aquilo que Cristo fez, toda a sua humilhação e sofrimento voluntários, aqui há o relato daquilo que Deus o Pai fez por Ele. Deus Pai o havia enviado a este mundo, e agora o estava recompensando. Como consequência da humilhação voluntária de Jesus, Deus o exaltou. O ato do Pai foi uma resposta direta a obediência do Filho.
Jesus foi exaltado, restaurado ao glorioso estado que tinha antes da encarnação. A sua exaltação envolve a ressurreição, ascensão, coroação e intercessão. Ele ressuscitou vencendo a morte, subiu ao céu, foi coroado e está assentado ao lado do Pai. A sua humilhação aconteceu pelo fato dele ter assumido a natureza humana, e consequentemente ter se tornado servo.
Uma vez que Jesus assumiu a natureza humana passou a ter duas naturezas. Suas duas naturezas sãos diferentes, porém estão tão unidas que jamais poderão ser separadas. Portanto, a exaltação de Cristo é atribuída a sua Pessoa como um todo. Porém ela é concretizada na natureza humana já que a natureza divina não pode ser nem humilhada e nem exaltada.
Antes da encarnação Jesus era o Deus exaltado, o Eterno Filho do Pai, mas após a sua humilhação ele passou a ser o Deus-homem, exaltado acima de tudo e de todos. Sua exaltação é maior do que qualquer outra. Ele recebeu o lugar de Honra e Majestade. Deus concedeu a Ele a glória máxima que alguém poderia ter. Deus Pai lhe entregou o governo de todas as coisas.
O nome que Jesus recebeu do Pai, acima de todo nome fica claro no versículo 11: Senhor, que é a tradução da expressão grega Kurios. Era usado naquele contexto para falar sobre alguém que era dono ou proprietário de algo. Era também a tradução do termo hebraico Yahweh, que era usado unicamente para Deus, e que significava que Ele era o único e supremo Deus, perfeito, autoexistente, autossuficiente, o criador de tudo o que existe, e que sustenta e dirige toda a história.
Este nome era tão sagrado que os judeus nem ao menos gostavam de pronunciá-lo, com medo de tomarem o nome de Deus em vão. Em resumo Paulo estava dizendo que Jesus é divino e soberano, e que recebeu do Pai o senhorio sobre todo o Universo. No Novo Testamento, Jesus é chamado de Senhor mais de setecentas vezes, ressaltando assim o seu senhorio e soberania.
Porém é importante que se diga que Paulo estava com essa descrição exortando os filipenses a terem o mesmo sentimento que também houve em Cristo. Aqui fica claro o que o próprio Jesus ensinou: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12).